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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A COLUNA DE GOIANO BRAGA HORTA - Postado do Jornal da Besta Fubana

LEIS NA ADVOCACIA

Laulinda sempre foi uma aluna mediana, não conseguia prestar atenção nas aulas, ficava olhando os colegas, cheia de desejos, e se alguma das meninas se revelava por sua especial beleza ela sentia um estranho calor também ao olhar para elas.
Não conseguia marcar hora para estudar, pegava os deveres, os livros da escola, começava a manusear, mas quando via já estava com revistas na mão olhando as fotos dos artistas, dos modelos, enfim, dos homens, coisas mais lindas deste mundo!
Não perdia uma festa, estava em todas, mas se controlava para não cometer excessos. Seu desejo era muito grande, mas conseguia ficar, até então, só nas carícias.
Era época de vestibular para entrar na faculdade. Laulinda se achava predestinada à área jurídica. Afinal, seu sobrenome era Leis, não podia ser por acaso.

Não conhecera seu pai, sua mãe se recusava a falar sobre ele, mas imaginava que devia ser advogado ou juiz. O sobrenome certamente denunciava uma tendência familiar.
E foi assim que nossa heroína conseguiu passar no terceiro exame, fazendo cursinhos, pegando dicas preciosas a respeito das questões mais recorrentes e, é claro, tentando uma faculdade paga e de fama duvidosa.
No curso, como sempre, fixava-se mesmo era nos colegas, admirando seus olhos, suas bocas, seus tórax, suas coxas, suas bundas, apreciando o volume por entre as pernas contidos neles por calças apertadas.
Os professores eram objeto dos seus olhares quentes, eles percebiam isso, e certamente conseguia deles a boa vontade nas notas, mesmo sendo fracas as suas atuações nos exames (é bom dizer que Laulinda colava vergonhosamente e quando conseguia algum sucesso era por conta disso ou por participar de grupos onde os outros faziam todo o trabalho).
Talvez não tenha dito ainda que Laulinda era uma moça bonita, muito bonita, exageradamente bela! E por isso, e por sua permanente disponibilidade de olhares, caras e bocas, gestos e requebros, maneios e balançares de cabeça, longos cabelos a rodopiarem no ar, era objeto das atenções de todos os machos próximos – um assédio mesmo.
Entre trancos e barrancos, formou-se. Um fracasso total na advocacia. Só queria ficar olhando para os volumes dos clientes, dos demais advogados (inclusive peitos e bundas das gostosas advogadas que freqüentavam o fórum), promotores, oficiais de justiça, e nas audiências não convinha que o escritório a deixasse sozinha, porque o pensamento de Laulinda vadiava.
Um dia, finalmente, sua mãe lhe confessou: - Olha, Laulinda, estou sabendo que você insiste em ser advogada por causa do seu sobrenome, mas todos dizem que você não leva o menor jeito para isso. Portanto, procure alguma outra coisa para fazer. E antes que você proteste, vou lhe dizer uma coisa: Você não era para ter o sobrenome “Leis”. Seu nome era para ser Laurinda Reis. É que o cachorro do seu pai, que graças a Deus sumiu neste mundo, tinha a droga da língua presa, e quando foi lhe registrar no cartório nem viu que escreveram seu nome conforme ele falara…
Laulinda teve um susto e um alívio! Finalmente podia abandonar aquela profissão maluca e fazer outra coisa.
Pois mudou, fez o maior sucesso, encheu-se de dinheiro, que ganha a rodo fazendo o que mais gosta.
Laulinda hoje é puta.

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