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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Postado do Jornal da Besta Fubana em ALÉM DO QUE SE LÊ, uma coluna de Luciane Trevejo

MANDELA


mandelapassport
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (Nelson Mandela)
Um dia desses eu discutia com alguém sobre Mandela.
Falava da minha admiração pelo homem que ele foi e ainda é.                                
A pessoa tinha um discurso que eliminava qualquer tentativa de argumentação:
Trata-se de um terrorista. Matou em nome de um ideal e nenhum ideal vale uma vida.
Não vou discorrer sobre o tema, porque todos temos o direito da livre expressão e de termos e conservarmos nossa própria opinião sobre todos os fatos.
Só penso que não se faz a omelete sem quebrar alguns ovos. Mas se esses ovos forem quebrados por um negro, em pleno apartheid,  isso fará dele  um terrorista, é óbvio. Só que terroristas, não são respeitados. Terroristas não costumam receber o premio Nobel da Paz.
Nelson Mandela é uma referência . Sua incansável luta contra o Apartheid , à  segregação e ao preconceito, buscando sempre a igualdade entre todos, transformaram-no no político  com a maior autoridade moral não só no continente africano, mas  em todo o globo terrestre.
Um homem que  dispensa comentários.
Ontem tive a oportunidade de assistir Invictus, que conta a história de como Nelson Mandela,  após 27 anos de prisão, recém  eleito presidente da África do Sul, utilizou a Copa do Mundo de rúgbi em 1995 para conquistar  a simpatia de uma nação pela causa  de uma democracia multirracial .
A origem do  titulo do filme é o nome de um poema  de Willian Ernest Henley, que para ele era como uma  oração , dando força para que  continuasse se levantando , todas as manhãs, durante não só os 27 anos de prisao, mas em todos os dias de sua vida.
Minha opinião sobre  Mandela não se limita, é óbvio ao filme, mas tem a ver com a maneira como ele nunca, jamais se deixou derrotar, sobre a força que o manteve ereto diante de seus ideais e do modo como sempre, sempre procurou por em prática o espírito de igualdade entre seus semelhantes.
Algumas pessoas queridas sempre me dizem que falo pouco sobre os temas, que eu poderia explorá-los muito mais, mas não é essa minha intenção.  Não pretendo me aprofundar além do necessário . Para mim,  basta  chamar  a atenção dos que conhecem a história , ou  despertar a curiosidade daqueles que não tem conhecimento sobre ela, para que não se perca nunca o hábito de discutirmos, não  as pessoas ou seus atos, mas seus  ideais .
À  Nelson Mandela, o meu mais sóbrio respeito e admiração.
Invictus
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por minh’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

Um comentário:

  1. Ai, olhe, esse é um dos textos que mais gosto de reler.
    (E a módestia me impede de falar mais...)
    Que gostoso, gente, ver meu texto sendo postado aqui!
    Fico feliz mesmo, viu?

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